quarta-feira, 19 de abril de 2017

ESCREVENDO, VIVENDO, RESCREVENDO, APRENDENDO...


 
 



Eu quando era criança apreciava muito escrever, e em todos momentos de minha vida, sempre transcrevi os meus sentimentos, os meus pensamentos através da escrita; fui crescendo, amadurecendo e escrevendo...
 
Apreciava escrever, enviar cartões em datas especiais, ou não, só para felicitar, me comunicar; escrever longas cartas aos entes amados, as amigas e alguns amigos; depois, fui, pouco a pouco, me acostumando a enviar os e-mails, mas no começo, estranhei muito este meio tão rápido e breve de comunicação, interação, pois continuei sentindo a necessidade de me expressar em longos e-mails também.
 
Escrevendo, vivendo, rescrevendo, aprendendo...
 
Sei, tenho consciência, que sou muito impulsiva, e sempre quero compartilhar, com alguma pessoa, escrevendo o que penso, o que vejo, o que me toca profundamente, o que leio, o que me alegra ou até me entristece. Até mesmo, com pessoas, que nem conheço pela internet, ou até pessoalmente, eu sinto o mesmo desejo de compartilhar. Amo em demasia enviar mensagens que abordem sobre a Palavra de Deus.
 
Entretanto, somente, a poucos dias, sentir o peso da responsabilidade, que recai sobre mim ao me expressar através da escrita, até que seja, apenas, algumas palavras escrita num pedaço de guardanapo de papel.
 
Comecei a fazer um retrocesso, pensando... quantas palavras, cartas escritas, quantos cartões e e-mails enviados, quantas mensagens, eu já escrevi, compartilhei e postei na internet, quantas...?!
 
Quantas cartas, eu escrevi, mesmo quando ainda  era uma adolescente, nem professava a fé em Cristo Jesus como meu Salvador, Redentor e Senhor; escrevia e recebia cartas, quantos equívocos cometidos através das correspondências trocadas, das remessas e recebimentos delas.
 
Aproveito a oportunidade, para recomendar (sem nenhuma impulsividade) a todos um livro muito especial, maravilhoso e edificante: ''Através dos Portais do Esplendor'' de Elizabeth Elliot, que narra, com apurada sensibilidade e sabedoria, as jornadas dos cinco missionários para levarem a Palavra de Deus às tribos indígenas nas florestas do leste do Equador; e esses servos abençoados, cheios do Espírito Santo, foram sacrificados por amor a Cristo Jesus e ao seu próximo distante, que se fez próximo amado, mesmo assim, eles tão desprendidos, compassivos, foram mortos pelos índios Auca, aqueles, que os missionários queriam compartilhar o maior tesouro das suas vidas (Hebreus 11:30-40).
 
Mas voltando ao assunto que eu discorria, sobre a responsabilidade da nossa escrita, esse livro aborda também ''em entrelinhas'' sobre esse tema: as cartas escritas pelo missionário Ed McCully a sua amada Marilou Habolth; quanta sabedoria, quanto respeito, quanto amor, quantas orações, quanta verdade revelada em palavras por ele, sem esconder dela a dura realidade que seria conviver, amar e ser uma mulher de um missionário, com certeza, ela também respondia as cartas, da mesma maneira; e aceitou ser sua adjutora idônea, irmã em Cristo, companheira fiel de jornada até o seu último suspiro.
 
''Jesus nos impele a procurar alguém com quem possamos compartilhar uma missão e não uma paixão emocional.''
 
(Pastor Josemar Bessa)
 
Espero que edifique a todos essa indicação do livro, apenas um pequeno trecho dele compartilhado, e de alguma forma, por um instante, alguma pessoa seja tocada, que por ventura, venha ler essa mensagem, possa meditar, e se fazer algumas indagações a si mesmo: O conteúdo do que eu escrevo pode afetar a vida de alguém? O quê alguém me escreve pode afetar, ocasionar mudanças em minha vida? 
 
''[...]
 
 
Pouco antes de ir para Chester, ele havia aceitado um convite para falar em um jantar para jovens, no estado de Michigan. O plano de Deus era maior que Ed imaginava. Foi ali que ele conheceu Marilou Hobolth, uma jovem bonita, de cabelos escuros, que era pianista na igreja em que ele iria pregar.
 
Sem dúvida nenhuma, durante os meses que passou em Chester, Ed escreveu mais cartas para Marilou do que havia escrito para outras pessoas em sua vida inteira. No início da correspondência, ele escreveu:
 
''Oro seriamente por duas coisas: que Deus dê sabedoria em nosso relacionamento -- até mesmo nas cartas que escrevemos um ao outro. Depois, oro para que,  enquanto nosso relacionamento durar, um influencie o outro a se relacionar mais profundamente com o Senhor. Não estou dizendo que vamos pregar um para outro -- mas que a atração mútua seja um instrumento que nos leve cada vez mais para Deus. Sei que você pensa a mesma coisa''.
 
A amizade deles cresceu rapidamente, e os dois ficaram noivos em abril. Alguns dias depois. Ed escreveu para Marilou:
 
''Ao orar, peça que o Senhor nos mostre claramente onde quer que gastemos nossa vida e para que estejamos prontos a gastá-la nesse lugar, até mesmo ansiemos por isso''.
 
Ed amava de todo coração a garota com quem iria se casar: ''Quando alguém está conversando comigo, tenho de me esforçar para prestar atenção. É um sentimento muito louco! Estou começando a acreditar em tudo o que os poetas e compositores dizem sobre o amor!''.
 
Em 29 de maio de 1951, ele escreveu: ''daqui a um mês, você perderá toda a sua liberdade e ficará sujeita à minha mão de ferro, à minha lei intransigente e ás minhas ordens cruéis. Você tem exatamente 31 dias para reconsiderar. Acha mesmo que conseguirá me aguentar pelo resto da vida? Não vai ser fácil. Muitas vezes, você se perguntará sobre o porquê de ter se casado comigo. Você mudou de ideia? Mesmo assim, gostaria de dizer que amo você de todo o coração''.
 
Marilou não reconsiderou. Eles se casaram em junho, na igreja dela, em Michigan. A decisão de Ed ser missionário em outro país levou-o a se matricular na faculdade Missionária de Medicina de Los Angeles, onde passou um ano de estudos intensivos sobre doenças tropicais e como trata-las, obstetrícia e odontologia, aprendendo os fundamentos para ajudar não somente os indígenas, mas também para cuidar de si e de sua família.
 
Em  10 de dezembro de 1952, quando o filho Stevie estava com oito meses, Ed e Marilou navegaram para o Equador, o país onde Deus queria que eles gastassem sua vida.''
 
 
 
(Extraído do Livro: ''Através dos Portais do Esplendor- A história que chocou o mundo, mudou um povo e inspirou uma nação de Elisabeth Elliot, Capítulo 4- Adaptabilidade infinita, p.60, 61; Editora Vida Nova)