Salvador, 26 de dezembro de 2013
Hoje quero começar essa carta, de uma maneira diferente e bem original, te fazendo uma indagação: o que eu posso fazer por você hoje?
Sei que posso esperar as mais inusitadas respostas, te dando um leque enorme de opções...então, por favor, medite e me responda com muita sinceridade, e também com muita vontade e fé que o seu desejo será realizado por mim.
É tão fácil agradar uma pessoa, com pequenos gestos, mimos, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância dela; não importa, se só temos contato com ela, através da internet; podemos marcar nossa presença de uma maneira única e especial; demonstrando o nosso carinho, a nossa amizade e empenho em tornar o seu desejo em realidade.
Muitas vezes mesmo estando perto de uma pessoa, até fazendo parte de sua intimidade; esquecemos totalmente de fazer essa indagação a ela, a cada dia, a cada amanhecer; já imaginou como o mundo seria diferente se cada um de nós esquecêssemos de nós mesmos, dos nossos desejos, e nos doássemos, a satisfazer os desejos e os anseios do nosso próximo.
E quantas vezes, o outro ser deseja tão pouco de nós, apenas deseja que alguém ligue pra ele, que tenha disponibilidade de ouvi-lo desabafar, conversar ou até chorar; um choro compartilhado é uma dádiva, pois significa que alguém teve o ápice de compaixão por nós; sentiu como se fosse nós, a mesma mazela, a mesma dor que estamos sendo acometidos.
O Senhor Jesus nos legou um exemplo tocante de doação e compaixão por suas amadas amigas: Maria e Marta, que aflitas e tristes tentavam expressar, em palavras, a dor que sentiam por terem perdido o seu irmão Lázaro; e Ele foi extremamente solidário com elas, além de consolá-las com palavras edificantes, Ele também não reprimiu as suas lágrimas, e chorou, como deve ter chorado!
Sendo um dos momentos mais especiais da Sua jornada aqui na terra; pois nesse momento ele demonstrou a sua humanidade, o seu amor, a sua amizade, a sua solidariedade por aquela família num momento extremo de dor e perda.
Jesus chorou.
Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava. João 11:35-36
E Jesus se movendo em íntima compaixão ressuscitou o seu amado amigo Lázaro, trazendo de volta a alegria naquele lar e naquela família, contagiando os seus vizinhos e as suas amizades. Com certeza os Seus lábios pronunciaram antes desse clímax, acontecimento, também essa indagação...O que Eu posso fazer por vocês hoje?
E elas responderam a essa indagação com apelos contundentes e sinceros, e as suas fisionomias já revelavam todas as suas mazelas e os seus maiores desejos. João 11:20-38
Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias.
Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?
Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos para cima, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido.
Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste.
E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora.
E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir. João 11:39-44
Sendo assim, não podemos nos esquivar de fazer essa indagação a alguém...o que eu posso fazer por você hoje?
Sei que a distância pode limitar a satisfação do desejo alheio, mas sempre encontramos uma maneira de fazer alguém sorrir, se alegrar com a nosso interesse e desejo realmente sincero de fazê-la feliz; nem que seja através de um e-mail enviado, uma carta escrita, sem jamais ser obsoleta, inclusive demonstrando o nosso empenho de pensar na pessoa e escrever pra ela; uma poesia escrita ou até declamada; uma mensagem especial dedicada a essa pessoa; talvez seja algumas dessas opções citadas seja resposta dela a sua indagação; ela só quer lembrada, independentemente da maneira que seja.
A minha ideia não é inovadora, sei que tem pessoas que já aderiram esse pensamento, inclusive indo para as ruas e fazendo essa indagação a um transeunte desconhecido; e satisfazendo o seu simples desejo-- como por exemplo ele quer que você o ajude a atravessar uma rua; ou então uma idosa quer que você a ajude a segurar as suas compras; outra pessoa pode querer que você sente num banco de uma praça e converse com ela, pois ela está triste, acabrunhada, pensativa; já uma criança pode te surpreender querendo apenas um abraço; ou então que você compre apenas um sorvete para ela; um executivo apressado pode sorrir ao ouvir a sua indagação, apenas responder que você não o atrase mais, que tem um compromisso inadiável, e você terá que respeitar a sua vontade...e tantas outras respostas e inúmeras situações, que você poderá demonstrar fartamente a sua solidariedade com seu próximo.
Devaneando, pensei no desejo de alguém imaginário e da minha resposta real ao seu desejo...Feche os olhos, você deseja que eu seja apenas brisa suave; já me adiantei ao seu desejo; já sou presença ensolarada, com momentâneo vento marítimo, ao seu lado.
Vamos em 2014 compartilhar uma corrente de amor e solidariedade com o nosso próximo, amigo(a) ou completamente desconhecido(a)-- alguém que ainda não nos dispomos a conhecer, amar, compartilhar, ajudar e ser amigo(a)
Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado. Tiago 4:17
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